Durante a noite
cai a chuva na janela
dormedromedormedromedormedrom
Como posso te obedecer, chuva,
se tenho um mundo inteiro acordado dentro de mim?
Thursday, December 4, 2008
Saturday, November 29, 2008
Monday, November 3, 2008
Escatologia
Cada dia fica pior.
Os passos viciados sempre levam aos mesmos lugares
nos mesmo horários.
Seguidos pelos fantasmas do que já aconteceu.
E do que poderia ter acontecido.
E do que nunca vai acontecer.
Cada dia fica pior.
Os lugares nunca mudam
apenas ficam cinzas e feios.
Velhos chatos que se cansam de você
e te batem com a bengala da rotina
até que não sinta mais nada.
Cada dia fica pior.
A fome do tempo aumenta
e ele come tudo o que vê pela frente.
Seu corpo. Sua alma.
Qualquer esperança de mudança.
E depois segue comendo
Até que você morra, que eu morra
que todos morram.
E o mundo termine por consumir a si mesmo
na lenta agonia do tempo.
Os passos viciados sempre levam aos mesmos lugares
nos mesmo horários.
Seguidos pelos fantasmas do que já aconteceu.
E do que poderia ter acontecido.
E do que nunca vai acontecer.
Cada dia fica pior.
Os lugares nunca mudam
apenas ficam cinzas e feios.
Velhos chatos que se cansam de você
e te batem com a bengala da rotina
até que não sinta mais nada.
Cada dia fica pior.
A fome do tempo aumenta
e ele come tudo o que vê pela frente.
Seu corpo. Sua alma.
Qualquer esperança de mudança.
E depois segue comendo
Até que você morra, que eu morra
que todos morram.
E o mundo termine por consumir a si mesmo
na lenta agonia do tempo.
Wednesday, October 29, 2008
Tuesday, October 21, 2008
Sem nome
I'm sitting here
inside coffee
gazing the way rain hits the window
and appreciating its nostalgic noise
then i start to watch
all my women-shaped love
walking by the street
to the train station, to the bus stop
to a warm place
with pieces of my heart
lying on small things
red lipstick
eye shadow
black umbrella
blush
high hill
soft skin
ear rings
golden necklace
social skirt
The way their hips move. In every. Single. Step.
I let it all take my heart
and love
away
so maybe they'll end up
out of the rain.
inside coffee
gazing the way rain hits the window
and appreciating its nostalgic noise
then i start to watch
all my women-shaped love
walking by the street
to the train station, to the bus stop
to a warm place
with pieces of my heart
lying on small things
red lipstick
eye shadow
black umbrella
blush
high hill
soft skin
ear rings
golden necklace
social skirt
The way their hips move. In every. Single. Step.
I let it all take my heart
and love
away
so maybe they'll end up
out of the rain.
Monday, October 20, 2008
Cut up
Pela primeira vez vou postar um poema que não é diretamente meu; se trata de um Cut up
feito do poema Unending Love do Tagore.
Para que não sabe o que é o cut up, pode dar uma olhada nesses links:
http://www.rizoma.net/interna.php?id=128&secao=colagem
http://en.wikipedia.org/wiki/Cut-up_technique
Originalmente o cup up é uma coisa inconciente, inusitada, mas este eu fiz pensando e analisando cada verso.
Original
Unending love
I seem to have loved you in numberless forms, numberless times...
In life after life, in age after age, forever.
My spellbound heart has made and remade the necklace of songs,
That you take as a gift, wear round your neck in your many forms,
In life after life, in age after age, forever.
Whenever I hear old chronicles of love, it's age old pain,
It's ancient tale of being apart or together.
As I stare on and on into the past, in the end you emerge,
Clad in the light of a pole-star, piercing the darkness of time.
You become an image of what is remembered forever.
You and I have floated here on the stream that brings from the fount.
At the heart of time, love of one for another.
We have played along side millions of lovers,
Shared in the same shy sweetness of meeting,
the distressful tears of farewell,
Old love but in shapes that renew and renew forever.
Cut up
Whenever I hear old chronicles of love, it's age old pain
Clad in the light of a pole-star, piercing the darkness of time
In life after life, in age after age, forever
As I stare on and on into the past, in the end you emerge
At the heart of time, love of one for another
My spellbound heart has made and remade the necklace of songs
We have played along side millions of lovers
It's ancient tale of being apart or together
Shared in the same shy sweetness of meeting
You become an image of what is remembered forever
I seem to have loved you in numberless forms, numberless times...
You and I have floated here on the stream that brings from the fount
Old love but in shapes that renew and renew forever
the distressful tears of farewell
That you take as a gift, wear round your neck in your many forms
In life after life, in age after age, forever.
feito do poema Unending Love do Tagore.
Para que não sabe o que é o cut up, pode dar uma olhada nesses links:
http://www.rizoma.net/interna.php?id=128&secao=colagem
http://en.wikipedia.org/wiki/Cut-up_technique
Originalmente o cup up é uma coisa inconciente, inusitada, mas este eu fiz pensando e analisando cada verso.
Original
Unending love
I seem to have loved you in numberless forms, numberless times...
In life after life, in age after age, forever.
My spellbound heart has made and remade the necklace of songs,
That you take as a gift, wear round your neck in your many forms,
In life after life, in age after age, forever.
Whenever I hear old chronicles of love, it's age old pain,
It's ancient tale of being apart or together.
As I stare on and on into the past, in the end you emerge,
Clad in the light of a pole-star, piercing the darkness of time.
You become an image of what is remembered forever.
You and I have floated here on the stream that brings from the fount.
At the heart of time, love of one for another.
We have played along side millions of lovers,
Shared in the same shy sweetness of meeting,
the distressful tears of farewell,
Old love but in shapes that renew and renew forever.
Cut up
Whenever I hear old chronicles of love, it's age old pain
Clad in the light of a pole-star, piercing the darkness of time
In life after life, in age after age, forever
As I stare on and on into the past, in the end you emerge
At the heart of time, love of one for another
My spellbound heart has made and remade the necklace of songs
We have played along side millions of lovers
It's ancient tale of being apart or together
Shared in the same shy sweetness of meeting
You become an image of what is remembered forever
I seem to have loved you in numberless forms, numberless times...
You and I have floated here on the stream that brings from the fount
Old love but in shapes that renew and renew forever
the distressful tears of farewell
That you take as a gift, wear round your neck in your many forms
In life after life, in age after age, forever.
Monday, October 13, 2008
O som dos sonhos.
Quando dão tapas nas minhas costas
e dizem:
"Você tem um futuro brilhante, garoto."
não ouvem o som oco como resposta.
e dizem:
"Você tem um futuro brilhante, garoto."
não ouvem o som oco como resposta.
Wednesday, October 1, 2008
Tuesday, September 16, 2008
Derrotado
Eu abro a porta para encarar o dia
Mas sou vencido logo de cara.
Fecho os olhos pra fugir do mundo
Mas só escureço a derrota.
Agradeço a Deus pelo Sol maravilhoso.
Nas ruas me vencem as pessoas
que dão bom dia, que se cumprimentam
que distribuem sorrisos, que dão lugar aos velhos
que compram salgados baratos na hora do almoço
que conversam sobre o jornal ou a novela
de ontem na hora do café. Que por serem
moradores da periferia entendem de política
que acendem um cigarro pela manhã prontos para encarar a rotina
A derrota oculta daqueles que conseguiram manter os olhos fechados
[e não ver a derrota
é que me vence.
Agradeço a Deus pela bondade no coração das pessoas.
No fim, me vence a noite, que escurece tudo
E me faz apertar os olhos para enxergar mais longe
Mas não há nada pela frente, nem por lugar nenhum.
Deito por cansaço e acordarei por acaso.
Agradeço a Deus por mais um dia.
Mas sou vencido logo de cara.
Fecho os olhos pra fugir do mundo
Mas só escureço a derrota.
Agradeço a Deus pelo Sol maravilhoso.
Nas ruas me vencem as pessoas
que dão bom dia, que se cumprimentam
que distribuem sorrisos, que dão lugar aos velhos
que compram salgados baratos na hora do almoço
que conversam sobre o jornal ou a novela
de ontem na hora do café. Que por serem
moradores da periferia entendem de política
que acendem um cigarro pela manhã prontos para encarar a rotina
A derrota oculta daqueles que conseguiram manter os olhos fechados
[e não ver a derrota
é que me vence.
Agradeço a Deus pela bondade no coração das pessoas.
No fim, me vence a noite, que escurece tudo
E me faz apertar os olhos para enxergar mais longe
Mas não há nada pela frente, nem por lugar nenhum.
Deito por cansaço e acordarei por acaso.
Agradeço a Deus por mais um dia.
Thursday, September 4, 2008
Post especial de aniversário.
Hoje eu faço aniversário
Quer dizer, eu mesmo só existo: o tempo faz o meu aniversário.
Ainda bem, porque se dependesse de mim
eu não faria aniversário nenhum!
Não faria nada!
Aliás, nada é tudo o que eu tenho feito.
Aproximadamente cinco mil oitocentos e quarenta e quatro dias de desperdício
Desperdicei tempo, espaço, amor, carinho, dinheiro, tudo!
Tudo o que me deram eu joguei fora pela janela da incapacidade.
Depois corri para me esconder no quartinho pequeno
e escuro da falta de vontade.
Hoje eu só comemoro minha velhice
e um ano a menos de vida
nada de experiência ou flor da idade.
Se um dia eu fizer aniversário
eu mesmo fizer o meu aniversário!
chamo vocês para a festa.
------------------------------------------------------//----------------------------------------
Passou mais um ano
Se vão as oportunidades
e ficam os planos
-----------------------------------------------//-----------------------------------------
Quer dizer, eu mesmo só existo: o tempo faz o meu aniversário.
Ainda bem, porque se dependesse de mim
eu não faria aniversário nenhum!
Não faria nada!
Aliás, nada é tudo o que eu tenho feito.
Aproximadamente cinco mil oitocentos e quarenta e quatro dias de desperdício
Desperdicei tempo, espaço, amor, carinho, dinheiro, tudo!
Tudo o que me deram eu joguei fora pela janela da incapacidade.
Depois corri para me esconder no quartinho pequeno
e escuro da falta de vontade.
Hoje eu só comemoro minha velhice
e um ano a menos de vida
nada de experiência ou flor da idade.
Se um dia eu fizer aniversário
eu mesmo fizer o meu aniversário!
chamo vocês para a festa.
------------------------------------------------------//----------------------------------------
Passou mais um ano
Se vão as oportunidades
e ficam os planos
-----------------------------------------------//-----------------------------------------
Saturday, August 30, 2008
O poema menor
Eu admiro minha sombra
Na casa do meu vizinho
POrque lá sou grande
Quem olha até acredita
Que tem alguém do outro lado
Alguém de verdade
Mas de grande só a sombra
Porque sempre serei apenas
O poeta menor
A pessoa menor.
Na casa do meu vizinho
POrque lá sou grande
Quem olha até acredita
Que tem alguém do outro lado
Alguém de verdade
Mas de grande só a sombra
Porque sempre serei apenas
O poeta menor
A pessoa menor.
Friday, August 29, 2008
Tuesday, August 26, 2008
Para a minha Jane.
Não quero mais falar com você.
Não hoje. Não amanhã. Talvez nunca mais.
Mas nunca é tempo demais...
por hoje, pelo menos, não quero falar com você.
Eu sabia que você não queria falar comigo
Muito provável até o "nunca mais".
Mas você sabe que eu não levo em consideração
o que não me é cômodo.
Você sabe que eu te amo do mesmo jeito
Tom. Não sabe?
É, eu sei.
Eu também te amo.
Hoje, amanhã, talvez para sempre.
Mas sempre é tempo demais.
Hoje eu te amo, Jane.
Não hoje. Não amanhã. Talvez nunca mais.
Mas nunca é tempo demais...
por hoje, pelo menos, não quero falar com você.
Eu sabia que você não queria falar comigo
Muito provável até o "nunca mais".
Mas você sabe que eu não levo em consideração
o que não me é cômodo.
Você sabe que eu te amo do mesmo jeito
Tom. Não sabe?
É, eu sei.
Eu também te amo.
Hoje, amanhã, talvez para sempre.
Mas sempre é tempo demais.
Hoje eu te amo, Jane.
Monday, August 25, 2008
Imoral
Desigualdade social
desmatamento e queimada
Vai ver me falta moral
Porque eu não ligo pra nada
Não me importo com a fome
na África ou com a guerra
no Iraque. Pois se alguém some
É só menos um na Terra
Me preocupo é comigo
Vivendo a vida de mosca
Quase sem nenhum amigo
E escrevendo poesias toscas
Você que faça seus planos
Para que não falte água
Eu morro daqui alguns anos
E só deixo minhas mágoas
desmatamento e queimada
Vai ver me falta moral
Porque eu não ligo pra nada
Não me importo com a fome
na África ou com a guerra
no Iraque. Pois se alguém some
É só menos um na Terra
Me preocupo é comigo
Vivendo a vida de mosca
Quase sem nenhum amigo
E escrevendo poesias toscas
Você que faça seus planos
Para que não falte água
Eu morro daqui alguns anos
E só deixo minhas mágoas
Thursday, August 21, 2008
Tenho em mim todos os sonhos
de um fracassado
A tristeza de ainda ter
uma longa vida
Tenho a angústia de ser velho
demais pr'essa idade
O cansaço de viver
por obrigação
O tédio de um Deus que não
tem de quem zombar
A incapacidade de
amar de verdade
O coração já partido
em vários pedaços
A frieza de um general
em tempo de guerra
A solidão em forma
de estrofes e versos
A frustração de ser poeta
só para as estrelas
A raiva de sem querer
reescrever meus ídolos
E isso, algum caro amigo,
É tudo o que tenho.
de um fracassado
A tristeza de ainda ter
uma longa vida
Tenho a angústia de ser velho
demais pr'essa idade
O cansaço de viver
por obrigação
O tédio de um Deus que não
tem de quem zombar
A incapacidade de
amar de verdade
O coração já partido
em vários pedaços
A frieza de um general
em tempo de guerra
A solidão em forma
de estrofes e versos
A frustração de ser poeta
só para as estrelas
A raiva de sem querer
reescrever meus ídolos
E isso, algum caro amigo,
É tudo o que tenho.
Monday, August 11, 2008
Praga Urbana
Quando descobri que tínhamos um especialista
em controlar pragas urbanas
logo imaginei que ele chutava barriga de grávida
botava fogo em favela
e explodia mansões.
Que decepção.
O cara apenas mata
os ratos, cupins e urubus
de verdade.
em controlar pragas urbanas
logo imaginei que ele chutava barriga de grávida
botava fogo em favela
e explodia mansões.
Que decepção.
O cara apenas mata
os ratos, cupins e urubus
de verdade.
Wednesday, July 30, 2008
Silly love story
Duas crianças
Nem tão crianças
assim
brincam
de correr no parque
O menino
grita para a amiga
uns metros a frente
"Hey, Sara
me espera, por favor!"
A garota para de correr
E pergunta
"Por que?"
No ímpeto do sentimento
le responde
"Porque eu te amo"
"Hahaha
Seu bobo
você nem mesmo
consegue me acompanhar"
Nem tão crianças
assim
brincam
de correr no parque
O menino
grita para a amiga
uns metros a frente
"Hey, Sara
me espera, por favor!"
A garota para de correr
E pergunta
"Por que?"
No ímpeto do sentimento
le responde
"Porque eu te amo"
"Hahaha
Seu bobo
você nem mesmo
consegue me acompanhar"
Sunday, July 27, 2008
Nothing ever changes
The sun is rising
A baby's crying
The world keeps
turning
It's ten AM
And i don't know
who i am
the world keeps
turning
The sun's on top
I don't
give a fuck
The world keeps
turning
It's three PM
Nothingness is
what I became
The world keeps
turning
The moon
just appeared
Fuck it! I want
A beer
The world is still
a shit
A baby's crying
The world keeps
turning
It's ten AM
And i don't know
who i am
the world keeps
turning
The sun's on top
I don't
give a fuck
The world keeps
turning
It's three PM
Nothingness is
what I became
The world keeps
turning
The moon
just appeared
Fuck it! I want
A beer
The world is still
a shit
Not even starcrossed, just unlucky.¹
Eu vou te provar
que a conspiração do universo
existe.
Neste momento
Devem ter milhares de pessoas
no mundo inteiro
tomando café
junto comigo.
A diferença
é que o deles,
provavelmente,
ainda está quente
como um abraço
E o meu,
dois poemas e meia xícara depois,
já está frio
como os dedos do meu pé.
E tenho que beber
assim mesmo.
¹: Trecho da música Cigarette Machine, do Codeine.
que a conspiração do universo
existe.
Neste momento
Devem ter milhares de pessoas
no mundo inteiro
tomando café
junto comigo.
A diferença
é que o deles,
provavelmente,
ainda está quente
como um abraço
E o meu,
dois poemas e meia xícara depois,
já está frio
como os dedos do meu pé.
E tenho que beber
assim mesmo.
¹: Trecho da música Cigarette Machine, do Codeine.
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