Thursday, March 19, 2009

Quando a solidão faz sentido

Pessoas são ameaças
elas quebram o silêncio
interrompem pensamentos
criam e desenvolvem
problemas sem soluções.

Sempre saem de suas casas
felizes e sorridentes
para que você pense
que eles são superiores.

Nem mesmo te deixam
esquecer de fazer a barba!

Por isso eu só me sinto
fora de perigo, quando
ando sozinho
tendo comigo
apenas papel e caneta
e a companhia
da minha querida tristeza.

Monday, January 12, 2009

Bad diary days

Soon you’re gonna leave
To work
And say
With a fragile voice
That you love me
And I’ll know what you meant.

There’s something dying between us

I can see it
In the silence that sticks in the air
While you dress
And I lay
Facing the ceiling

Thursday, January 8, 2009

Nós andamos por aí
fugindo do mundo
fingindo não te rumo
brincando e conversando
sobre a complexa de simplicidade
de nossas vidas

Nós somos o máximo.
Estamos no auge.

Adolescentes embriagados
por tédio engraçado
arrastando passos
durante a tarde.

Tuesday, January 6, 2009

Nesses parques
Onde passo as tardes
Se volto lá
ao anoitecer
e vejo as ávores
abandonadas e
mal iluminadas
posso ver
o terror no ar
Ou a solidão
do lugar
só que o mais comum
é me sentir
assustadoramente
sozinho

Thursday, December 4, 2008

Ordem dos céus

Durante a noite
cai a chuva na janela
dormedromedormedromedormedrom
Como posso te obedecer, chuva,
se tenho um mundo inteiro acordado dentro de mim?

Saturday, November 29, 2008

É tão cult ser da contra-cultura
Ler Bukowski e Kerouac
Decorar todos os versos do Uivo e idolatrar Neal Cassady
Isso atrai as garotas
Então podemos transar com elas
E até ter um filho!
Depois trabalharemos o resto da vida
para sustentar a família.

Monday, November 3, 2008

Escatologia

Cada dia fica pior.
Os passos viciados sempre levam aos mesmos lugares
nos mesmo horários.
Seguidos pelos fantasmas do que já aconteceu.

E do que poderia ter acontecido.

E do que nunca vai acontecer.

Cada dia fica pior.
Os lugares nunca mudam
apenas ficam cinzas e feios.
Velhos chatos que se cansam de você
e te batem com a bengala da rotina
até que não sinta mais nada.

Cada dia fica pior.
A fome do tempo aumenta
e ele come tudo o que vê pela frente.
Seu corpo. Sua alma.
Qualquer esperança de mudança.
E depois segue comendo
Até que você morra, que eu morra
que todos morram.
E o mundo termine por consumir a si mesmo
na lenta agonia do tempo.