Saturday, August 30, 2008

O poema menor

Eu admiro minha sombra
Na casa do meu vizinho
POrque lá sou grande

Quem olha até acredita
Que tem alguém do outro lado
Alguém de verdade

Mas de grande só a sombra
Porque sempre serei apenas
O poeta menor

A pessoa menor.

Friday, August 29, 2008

Não nasci pra vida
Não seja insistente
Não busque saída
Pois sou incompetente

Não sou bom em nada
Já nem tento mais
A vida é piada
Pergunte aos seus pais

Aproveite o dia
Esqueça quem sou
E pra sua alegria
O poema acabou!

Tuesday, August 26, 2008

Para a minha Jane.

Não quero mais falar com você.
Não hoje. Não amanhã. Talvez nunca mais.
Mas nunca é tempo demais...
por hoje, pelo menos, não quero falar com você.

Eu sabia que você não queria falar comigo
Muito provável até o "nunca mais".
Mas você sabe que eu não levo em consideração
o que não me é cômodo.
Você sabe que eu te amo do mesmo jeito
Tom. Não sabe?

É, eu sei.
Eu também te amo.
Hoje, amanhã, talvez para sempre.
Mas sempre é tempo demais.
Hoje eu te amo, Jane.
I ain't got a place
I can call home
Take a look at my face
See how i'm tired and done

I ain't got a girl
I can call mine
I don't mind, i'll be still
With my cigarettes and wine

I ain't got a life
I can call good
I ain't got a thing
Just a really bad mood

Monday, August 25, 2008

Imoral

Desigualdade social
desmatamento e queimada
Vai ver me falta moral
Porque eu não ligo pra nada

Não me importo com a fome
na África ou com a guerra
no Iraque. Pois se alguém some
É só menos um na Terra

Me preocupo é comigo
Vivendo a vida de mosca
Quase sem nenhum amigo
E escrevendo poesias toscas

Você que faça seus planos
Para que não falte água
Eu morro daqui alguns anos
E só deixo minhas mágoas

Thursday, August 21, 2008

Tenho em mim todos os sonhos
de um fracassado
A tristeza de ainda ter
uma longa vida
Tenho a angústia de ser velho
demais pr'essa idade
O cansaço de viver
por obrigação
O tédio de um Deus que não
tem de quem zombar
A incapacidade de
amar de verdade
O coração já partido
em vários pedaços
A frieza de um general
em tempo de guerra
A solidão em forma
de estrofes e versos
A frustração de ser poeta
só para as estrelas
A raiva de sem querer
reescrever meus ídolos
E isso, algum caro amigo,
É tudo o que tenho.

Monday, August 11, 2008

Praga Urbana

Quando descobri que tínhamos um especialista
em controlar pragas urbanas
logo imaginei que ele chutava barriga de grávida
botava fogo em favela
e explodia mansões.
Que decepção.

O cara apenas mata
os ratos, cupins e urubus
de verdade.